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A data tem como objetivo conscientizar sobre a importância de acolher e ajudar os refugiados, que totalizam 35,3 milhões de pessoas pelo mundo

O Dia Mundial do Refugiado, que ocorre anualmente em 20 de junho, foi estabelecido pelas Nações Unidas para homenagear as pessoas que foram forçadas a deixar seus países de origem devido a conflitos armados, crises humanitárias ou catástrofes climáticas. A Aldeias Infantis SOS é uma das referências no Brasil no acolhimento de famílias em situação de refúgio, trabalho reconhecido pelo Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que está como parceiro da Organização na assistência aos refugiados desde 2018.

De acordo com dados recentes da ACNUR, existem aproximadamente 108,4 milhões de pessoas em todo o mundo foram forçadas a deixar suas casas.

Entre elas estão 35,3 milhões de refugiados, sendo metade deles crianças e adolescentes. Desde 2018, a Aldeias Infantis SOS concentra esforços no programa “Brasil Sem Fronteiras”, que tem foco no acolhimento e na assistência de famílias venezuelanas e afegãs, em situação de refúgio ou migração. Neste período, foram acolhidos mais de 4.100 refugiados e migrantes nos Centros de Acolhida e Integração da Organização.

“Como atuava como professor assistente de agricultura e ajudava as mulheres nos estudos, minha atividade não foi bem-vista pelo novo regime e tive que buscar refúgio em outros locais. No Brasil, tenho esperança no futuro, quero aprender a língua portuguesa o quanto antes para entrar no mercado de trabalho e sustentar minha família”, comenta M. A., afegão de 32 anos que está no Brasil desde 2022.

O propósito da Organização é promover a autonomia destas famílias, fornecendo aulas de português, capacitação profissional, inserção das crianças no Ensino Regular e cuidados de saúde, com o apoio de serviços públicos. Além disso, a Organização acompanha e auxilia os migrantes em processos de obtenção de documentos, validação de diplomas e renovação de vistos, em parceria com outras instituições especializadas em ajuda humanitária. 

Empregabilidade

Os desafios enfrentados pelos migrantes no Brasil são significativos. Segundo a ACNUR, os venezuelanos têm uma probabilidade 64% menor de conseguir emprego em relação aos brasileiros, mesmo possuindo níveis de educação similares. Além disso, as crianças venezuelanas têm 53% menos chances de frequentar a escola. 

“Saí da Venezuela só com R$ 100 no bolso, a indicação de um amigo com lugar para morar em Boa Vista (RR) e sem saber o idioma direito. Me candidatei para diversas vagas de emprego e passei pela situação de ter o currículo rasgado na minha frente ao dizer que era venezuelano”, conta Pedro Luis Zamora Malave, 25, venezuelano que está no Brasil desde 2018.

 Apesar da dificuldade relatada pelo jovem venezuelano, hoje a realidade é bem diferente. Acolhido na Aldeias Infantis SOS do Rio de Janeiro, ele acabou sendo contratado pela Organização e hoje integra a equipe do Núcleo de Apoio às Famílias naquela localidade, contribuindo ativamente para o fortalecimento das famílias que residem na região do Morro do Banco, na Barra da Tijuca.

Emprego, alimentação e outros problemas enfrentados pelos refugiados

Um levantamento realizado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) revelou que apenas 9% dos venezuelanos que ingressam no Brasil por Roraima conseguem um emprego formal nas primeiras semanas após a chegada, antes de se dirigirem a outros destinos. 

Migrantes da Venezuela

Esse mesmo estudo destaca que 59% dos refugiados e migrantes venezuelanos estão desempregados e um em cada três enfrenta dificuldades para obter alimentação adequada. Além disso, 29% dos venezuelanos possuem alguma formação especializada, com 15% tendo frequentado uma universidade, embora sem concluir o curso. O relatório também ressalta que 61% dos entrevistados concluíram ou pelo menos iniciaram o ensino médio.

Migrantes Afegãos

Em relação aos afegãos no Brasil, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Previdência, aponta que cerca de 500 cidadãos se encontram empregados formalmente no país, sendo 37,1% mulheres. Em relação à escolaridade, a maioria (75% dos homens e mulheres) possui ensino médio completo e 13% têm ensino superior completo ou em andamento. 

Neste Dia Mundial do Refugiado, a Aldeias Infantis SOS Brasil reforça seu compromisso em apoiar refugiados e migrantes, promovendo sua inclusão social, integrando-os de forma efetiva na sociedade brasileira e buscando soluções para os desafios enfrentados por essas comunidades. Trabalho concretizado por meio da sensibilização de pessoas físicas e jurídicas, que contribuem regularmente com a Organização. 

Sobre a Aldeias Infantis SOS

 A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A organização lidera o maior movimento de cuidado infantil do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de desenvolver ações humanitárias.

Fundada na Áustria, em 1949, está presente em 137 países. No Brasil, atua há 55 anos e mantém mais de 80 projetos, em 31 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e jovens que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha.
 

Para saber mais, clique aqui.

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TelPatane

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