Especialista traz dicas de como melhorar o “paladar infantil” dos adultos
Transtorno é conhecido pela substituição dos alimentos saudáveis por processados
Uma alimentação a base de frituras, fast foods e doces para uma pessoa adulta pode trazer sérias consequências para a saúde. Porém, se o indivíduo tem preferência por estes alimentos ao invés de optar por refeições balanceadas com variedade de verduras, frutas e legumes, ele sofre de mau hábito alimentar, mais conhecido como “paladar infantil”.
Esse comportamento pode ser comum em pessoas que não tiveram um incentivo, desde a infância, a se alimentar de forma saudável. “Os primeiros mil dias do bebê, que compreende desde a gestação até os primeiros dois anos de vida, é um período importante para adquirir bons hábitos alimentares”, destaca a endocrinologista Marina Cannozo Lahr Baldini, cooperada da Unimed Catanduva.
A especialista frisa que os pais devem iniciar os hábitos alimentares, apresentando ao bebê alimentos variados, como legumes, cereais, tubérculos, proteínas e frutas, a partir dos cinco ou seis meses de idade (período em que se inicia a alimentação sólida). Importante que essa variedade seja contínua e comum também nas refeições de todos da casa, já que a criança segue os hábitos alimentares da família.
“Observa-se que a partir do momento em que a criança passa a acompanhar a alimentação da família, alguns alimentos são ‘esquecidos’, o que dificulta o processo de reintrodução desse alimento numa fase mais avançada”, alertou a médica. Por exemplo, a partir do momento em que a criança começa a ingerir o arroz, o feijão e uma proteína, algumas verduras, frutas e legumes ficam em segundo plano.
A endocrinologista ressalta que o paladar infantil pode causar problemas de saúde, como deficiências de vitaminas e minerais, quadros de anemia, dislipidemia, diabetes e obesidade. “Essas doenças podem se manifestar dependendo do tempo e o grau de rejeição aos alimentos saudáveis”, completou.
Alerta
O paladar infantil é considerado um mau hábito alimentar e, em algumas situações, os sintomas podem ser considerados mais graves, caracterizando-se como um transtorno alimentar.
O Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (Tare) é definido pela Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp) como uma recusa ou restrição alimentar que pode ocasionar insuficiência nutricional e, consequentemente, levar a problemas como peso inadequado, dependência de suplementação, alterações no funcionamento psicossocial e outros.
O Tare é mais comum na infância, mas pode acontecer em todas as idades. Ele também pode estar associado ao autismo, mas isso não é uma regra.
O indicado, então, é: se você tem dificuldade em comer certos alimentos, procure seu médico e explique a situação. Ele será capaz de identificar a causa e também tratar possíveis consequências na saúde física, mental e social. (Fonte: Unimed do Brasil)
Como mudar os hábitos?
- Misture novos ingredientes com aqueles que você já gosta;
- Insista, mesmo se não gostar do alimento;
- Prepare-o de uma nova forma, com outra textura. Tente mais de uma vez: cozido, cru, refogado, purê;
- Crie metas para você mesmo. Um exemplo é tentar experimentar uma nova fruta a cada semana;
- Pesquise os benefícios de cada alimento. Saber como aquilo pode te fazer bem, talvez te motive a experimentar.
- Comece devagar. Não precisa tentar uma refeição inteiramente nova, que tal um legume por vez?
- Elabore sabores mais populares e suaves no começo. É mais comum que as pessoas prefiram o sabor da laranja do que o do caqui, por exemplo, mas vale as duas tentativas;
- Se necessário, busque ajuda médica.
(Fonte: Endocrinologista Marina Cannozo Lahr Baldini (CRM 129355) e Unimed do Brasil)
Fotos: Divulgação/Pexels
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