COVID-19 -“Eu achava que tinha uma gripe”
Primeiro paciente internado no Hospital São Domingos conta como superou a doença
Osvaldo Patrício da Silva
Perto de comemorar um ano desde a sua alta hospitalar, completada em 23 de abril, o aposentado Osvaldo Patrício da Silva, 73, relembra a sua luta contra a Covid-19. Silva foi o primeiro paciente com o COVID-19 a ser internado no Hospital Unimed São Domingos (HUSD). Até o dia 16 de março, a Unidade Respiratória do HUSD havia recebido 657 pacientes com suspeita ou confirmados para a doença.
Silva deu entrada na unidade em 22 de março do ano passado e precisou ficar sob cuidados médicos durante 32 dias. O aposentado lembra que a doença era novidade e que, inicialmente, ele não temia o novo coronavírus.
“Fiz um passeio de uma semana, em uma colônia de férias, para reencontrar colegas. Num sábado tive tosse, que cessou no dia seguinte, mas passei a ter febre, que ficou alternando por uma semana. Até então, achei que fosse só uma gripe, até que meus filhos me levaram para o hospital. Dali em diante, permaneci internado”, recordou.
A equipe da Unidade Respiratória do HUSD cuidou e lutou bravamente ao lado do aposentado. A confirmação para Covid-19 chegou alguns dias após a internação e seu quadro clínico teve uma evolução rápida, com intubação. “Essa luta foi mais da minha família do que minha. Eu não sentia nada porque fiquei um longo tempo em coma. Após tirar a sedação levei dois dias para acordar e entender o que estava acontecendo”.
RETORNO PARA CASA
Em casa, Silva teve que reaprender a se alimentar, fortalecer a musculatura e a andar – com a ajuda da fisioterapia. “Meus filhos me ajudavam a me alimentar, fiz a fisioterapia e tive acompanhamento com fonoaudiólogo por três meses”.
Após 11 meses, ele é grato pela vida, mas carrega consigo as sequelas causadas pelo vírus. “Tenho uma dormência no lado esquerdo do corpo e perdi a sensibilidade. Também tenho dificuldade para andar rápido e agachar. Até dois meses atrás não sentia o gosto do café, só um sabor amargo e ruim. Agora, tem uma diferença mínima”, detalhou.
Além dele, a esposa e os filhos também contraíram a doença, porém com sintomas leves. “As pessoas precisam tomar consciência, levar a sério e se cuidar o máximo possível. Saber que precisam usar a máscara para proteger a si mesmo e aos outros”.
PINDORAMA
A advogada aposentada e ex-prefeita de Pindorama, Maria Inês Bertino Miyada, foi a primeira a contrair a doença em sua cidade e a segunda a ser internada no HUSD. Maria Inês ficou nove dias na UTI. Para ela, o mais difícil foi ficar isolada. “A Covid é traiçoeira. Na época a pessoa era discriminada, hoje não é mais assim”.
Desde sua alta, em 2 de abril, ela ainda sente os reflexos da doença. “Já faz quase um ano e ainda sinto como se estivesse doente. Eu não tenho mais a mesma disposição, sinto cansaço, às vezes me parece faltar o ar, uma leve dor no peito constante, meus cabelos ainda caem acima do normal e tenho dores de cabeça com frequência. É muito triste pensar que ainda tem gente que não leva a sério o isolamento”, frisou.
Créditos:
Arquivo Pessoal
Arquivo Unimed Catanduva
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