Captação de órgãos no Hospital da Unimed pode beneficiar sete pessoas
Cirurgia durou quase quatro horas; paciente teve morte cerebral na sexta-feira, 24
Sete. Este é o número de vidas que poderão ser salvas com a captação de órgãos realizada na manhã deste sábado, 25, no Hospital Unimed São Domingos (HUSD), da Unimed Catanduva. A doadora, Gabriela Martinez Papi, de 25 anos, teve morte cerebral confirmada após ser vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico. Ela permaneceu internada e recebendo cuidados médicos por 12 dias. A família autorizou a doação.
Os órgãos doados são fígado, rins, córneas e o coração,
o coração será processado para a utilização das válvulas cardíacas. Uma equipe de profissionais do Hospital de Base, de São José do Rio Preto, sob o comando do médico cirurgião transplantador William Duca, foi responsável pelo procedimento de retirada dos órgãos, que durou quase quatro horas.
De acordo com Duca, o fígado tem destino certo. Será transportado para Ribeirão Preto. Os demais órgãos dependem de compatibilidade e aceitação do organismo de pacientes; o coração será transportado até Curitiba, onde passará por processamento para somente a utilização das válvulas.
Enfermeira supervisora da Organização de Procura de Órgãos do Hospital de Base, Regiane Sampaio acompanhou a captação em Catanduva. “Estamos em busca de doadores constantemente. Sempre que evidenciamos uma possibilidade, entramos em contato com a família” disse.
A importancia da doação
O cirurgião transplantador William Duca fala sobre a importância da doação. “Sabemos que é um momento extremamente difícil para a família. Afinal, estão perdendo um ente querido. Mas, devemos levar de lição a quantidade de pessoas beneficiadas com esse ato, pessoas que sairão de uma fila de transplante, muitas vezes tão debilitadas por sessões de hemodiálise. Outros que poderão voltar a enxergar, ter qualidade de vida. É necessário aprender a encontrar, nesse momento de dor, a esperança”, lembrou.
Responsável pela UTI Adulto do HUSD, o intensivista José Braz Cotrim falou sobre o caso. “Tentamos, de todas as formas, reverter o processo, com todos os tratamentos e procedimentos necessários junto a paciente. Após todos os protocolos para a constatação da morte encefálica, a família decidiu, em um gesto nobre, pela doação de órgãos. Sabemos que, há exatos dez anos, eles já haviam perdido um filho, também muito jovem. Para nós, um caso muito especial, momento inesquecível”, disse.
Preservação
Cada órgão tem o tempo certo de isquemia aceitável, ou seja, desde a retirada até o transplante em outra pessoa. Por exemplo, o fígado deve ser transplantado em, no máximo, doze horas. Os rins podem levar até 48 horas para chegar a outro paciente; já as córneas, podem ser preservadas de 12 a 15 dias. O coração, por sua vez, deve ser transplantado em no máximo quatro horas, mas as válvulas cardíacas podem durar bem mais tempo até encontrar um paciente que precise delas.
Crédito das imagens: Divulgação/Unimed Catanduva
Matéria de Helen Ventura
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